domingo, 14 de junho de 2009

TV Digital: realidade ou fantasia?

A TV Digital, que já é algo comum para as pessoas em países como Estados Unidos, Japão e China, começa a ser implantada no Brasil, onde as primeiras transmissões começaram oficialmente no dia 3 de dezembro de 2007.

 As primeiras cidades a receberem a nova tecnologia foram: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Pouco mais de um ano se passou desde então e, a conclusão que podemos tirar é de que o sistema brasileiro ainda é bastante precário, a TV Digital caminha a passos lentíssimos. Mesmo na grande São Paulo é restrito o número de lugares que realmente recebe o sinal com qualidade, ou seja, o Brasil não tem a condição necessária para suportar esta nova mídia. A verdade é que falta capital para investimento, o problema não é a excassez de tecnologia, ela está sim disponível em diversos países. Ainda não temos uma solução a curto ou médio prazo para a implantação da TV Digital, seria necessário uma reestruturação em todo o sistema, tanto nos satélites que possibilitam a transmissão juntos aos diversos equipamentos (câmeras, cabos e componentes de áudio e vídeo em geral), como na estrutura de transmissão que chega até a casa das pessoas.

A grande diferença entre a TV Digital e a TV Analógica (sistema predominante no Brasil) está sem dúvida na qualidade da imagem, que é infinitamente melhor. O que acontece, tecnicamente falando, é que no formato analógico o sinal flui de maneira contínua seguindo a informação original. Na tecnologia digital a informação original é transformada em dígitos binários, equivalentes a uma seqüência de números. Trocando em miúdos, o sistema digital permite que o sinal distorcido durante a transmissão seja regenerado continuamente e, em conseqüência disto oferece melhor qualidade de imagem.

Como se já não bastasse toda essa complicação, a recepção do sinal digital requer alguns equipamentos. Primeiramente se a pessoa não tiver um aparelho de TV de alta definição não conseguirá usufruir dos benefícios que o sinal pode oferecer. Além disso, o aparelho sem “Conversor Digital” não recebe o sinal digital. De nada adianta ter uma TV com monitor de Plasma ou LCD sem a presença do conversor, pois é ele quem vai receber o sinal que chega via satélite e convertê-lo adequadamente para o aparelho.

No princípio, o equipamento custava aproximadamente mil reais. Atualmente, as fabricantes de TVs de alta definição já estão integrando um conversor digital interno, o que favorece o barateamento do aparelho avulso. Há rumores de que os conversores digitais custarão cerca de 300 reais. No mercado também é possível notar que o valor das TVs de alta resolução também já foi reduzido.

O Ministério das Comunicações prevê que até 29 de junho de 2016, o Brasil terá o seu padrão atual (analógico) completamente desativado, dando espaço para a transmissão 100% digital. Até lá muita coisa ainda vai acontecer, as emissoras terão que se adequarem as novas normas e equipamentos, sem contar que com a popularização da TV Interativa. A expectativa é de que a nova tecnologia não se limite aos interesses econômicos e possa atender a necessidade de interação do telespectador com o conteúdo produzido pelas emissoras de televisão do país, mas este é um assunto para outras discussões.

Murad Junior