Entrevista com José Caetano, editor chefe do Portal online Zenit
A internet é um meio de comunicação novo, tem que ser investigado [...]. Eu espero ter passado para os alunos que o ramo do jornalismo e da comunicação em sim, é muito amplo. [Sobre o tema da palestra]
[...]tudo que se fala de internet é profetismo, um exercício de futurologia [...]Eu acredito que só no fato da Unitau ter uma matéria no currículo que é o Jornalismo online o jornalismo web, então já está preparando pra isso. [Sobre a formação acadêmica]
[...]às vezes não precisa sair da mesa e você consegue informações suficientes, claro, pífias, mas se for pra publicar algo você tem [Sobre o comodismo dealguns jornalistas]
Então eu acredito que o radio vai existir por muito tempo, por que a internet não faz parte da realidade brasileira. [Sobre a migração do ouvinte de rádio para a internet]
A idéia existe, a idéia é boa, a idéia é fantástica! Eu vejo que os alunos da Universidade poderiam criar um blog muito respeitado, com noticias se eles correrem atrás, se quiserem fazer algo bom [Sobre a criação do blog de notícias]
Jornalismo hoje é para nós que estudamos, continue estudando muito, lendo muito. E que tenham um alicerce, não dá pra começar do meio do nada, pegar um microfone e sair falando, tem que estudar. [Para os alunos de Jornalismo]
Revista GRUPPEM - O que você achou do tema da palestra?
José Caetano - O tema da palestra da conversação na verdade foi que o debate é muito interessante, é atual. Tem que ser aberto essa discussão em relação a rádios na internet. A internet é um meio de comunicação novo, tem que ser investigado. Então já estava mais que na hora de ter um debate sobre essa ligação de rádio com internet.
Revista GRUPPEM - A partir dessa confirmação, o que você espera ter agregado para os alunos, apesar do pouco numero de alunos na palestra?
José Caetano - Foi boa a presença dos alunos de primeiro ano inclusive, por que já começam a faculdade com uma outra visão. Eu espero ter passado para os alunos que o ramo do jornalismo e da comunicação em sim, é muito amplo. E a gente tem esse campo novo da internet pra estudar, pra fazer algo diferente, fazer algo novo e não ficar apenas nos blogs e nos podcast, mas fazer algo. Eu espero que eu tenha deixado isso.
Revista GRUPPEM - Então você acha que a formação acadêmica está preparando o estudante para usar a internet como fonte?
José Caetano - Olha, essa é uma pergunta interessante, não dá pra saber. Como também não dá pra saber o que a internet nos espera. Como eu já tinha dito, durante a mesa redonda, tudo que se fala de internet é profetismo, um exercício de futurologia. Eu acredito também que as faculdades tenham iniciado a preparar o aluno, por que ninguém sabe o que vai ser da internet no futuro. Eu acredito que só no fato da Unitau ter uma matéria no currículo que é o Jornalismo online o jornalismo web, então já está preparando pra isso.
Revista GRUPPEM - Então por causa do advento da internet, o jornalista se acomodou na elaboração de pauta?
José Caetano - Esse fenômeno existe, os jornalistas estão mais sentados. Eu não diria que acomodaram-se na realização pauta mas acomodaram-se na investigação em si. Hoje é muito mais fácil você pela manhã ver o que está circulando nos sites noticiosos ou portais e então pautar o seu dia de matéria, e às vezes não precisa sair da mesa e você consegue informações suficientes, claro, pífias, mas se for pra publicar algo você tem. Contudo o jornalista é o cara que está investigando mesmo, mas é verdade, a internet veio pra dar uma ‘preguicite aguda’ em alguns jornalistas.
Revista GRUPPEM - Os ouvintes de rádio migraram para a internet e fez com que o radio fosse desvalorizado, ou você não concorda com isso?
José Caetano - Não eu não concordo com isso, o rádio continua sendo muito valorizado, aqui no interior talvez nem tanto, mas se você está nos grandes centros e voce passa mais de três horas por da no transito, o rádio é a sua única companhia em termos de comunicação ali. Eu mesmo já tive a experiência de morar e trabalhar em São Paulo. E eu era fiel a uma rádio todos os dias, no horário do rush, tinha um programa que era muito bom, era 15 FM bem interessante com noticia, entrevistas. Então eu acredito que o radio vai existir por muito tempo, por que a internet não faz parte da realidade brasileira. O Brasil é o país com mais horas navegadas na internet, onde as pessoas ficam mais tempo navegando, mas numa realidade que mais de 200 milhões de pessoas, 80 milhões tem acesso a isso. Então é muito pequeno e o rádio todo mundo tem.
Revista GRUPPEM - O jonalista Claudio Nicolini havia afirmado na palestra que se ele tivesse dinheiro para criar um blog de noticias ele criaria. Você acha que seria possível as mídias do Vale se unissem pra criar esse blog?
José Caetano - A idéia existe, a idéia é boa, a idéia é fantástica! Eu vejo que os alunos da Universidade poderiam criar um blog muito respeitado, com noticias se eles correrem atrás, se quiserem fazer algo bom. Em relação aos grupos de mídia, eu acho um pouco difícil de acontecer, na realidade o que eu existe é certa concorrência, que foi falado muito bem na mesa redonda, existe uma concorrência com os repórteres do meio. Se fosse unir essa galera pra fazer um resumo de noticias é complicado. Contudo alguém pode fazer, existe essa possibilidade e eu vejo que ela é interessante.
Revista GRUPPEM - A ética no jornalismo diminuiu com o advento da internet?
José Caetano - Na verdade, não que a ética tenha diminuído. Falando em ética no jornalismo no Brasil isso é muito recente. Temos apenas 200 anos de imprensa e pouquíssimos anos de cursos jornalismo oficialmente estabelecidos. Então o jornalismo foi exercido durante anos por pessoas que não eram jornalistas oficialmente de formação, ás vezes até bons jornalistas. A questão de ética eu creio que ela tenha iniciado mais nos meios acadêmicos. Agora a internet é um novo meio para se quebrar as regras, como tudo que existe por aí, existe meios de se quebrar as regras, mas o respeito pela ética não depende da criação de novos meios. Eu acho que aqueles que sempre quebraram as leis éticas sempre vão continuar quebrando, agora cabe aos novos que façam o seu trabalho direitinho.
Revista GRUPPEM - Você já exerce a profissão de jornalista, mas agora está buscando a informação, o que é que você deseja e espera tanto pra nossa sala quanto para os alunos que estão se formando em jornalismo?
José Caetano - Eu poderia dizer que eu espero uma preparação para o mercado de trabalho, mas isso é ridículo, cada um vai buscar exercer a profissão no meio r vai aprender muita coisa assim, na raça. Mas eu espero que a faculdade sirva de longo alicerce. Por que nenhum prédio, nenhuma casa é conseguido sem o alicerce. Que seja um alicerce sólido, principalmente na questão ética por que a pessoa sai daqui com capacidade de ser um bom jornalista, sai com um potencial para ser um bom jornalista. Agora se vai ser um bom jornalista ou não, vai depender dos anos de carreira. Mas eu espero que a faculdade nos de pelo menos esse potencial de sermos bons jornalistas. E o fato deu ter começado pelo caminho errado como eu havia dito [na palestra], exerço a profissão pra depois procuro a formação. A formação ela é necessária e não dá pra trabalhar na área sem ter informação teórica mesmo, formação acadêmica sobre jornalismo. Jornalismo hoje é para boas cabeças, para nós que estudamos, continue estudando muito, lendo muito. E que tenham um alicerce, não dá pra começar do meio do nada, pegar um microfone e sair falando, tem que estudar.
Voltar