[…] a internet não veio para acabar com o rádio, isso tem que ficar muito claro.
[Sobre a importância do tema]
É preciso investir alguns mil reais em mídia de internet, por que hoje tem site que tem dez mil acessos no dia que tem uma audiência maior do que um monte de rádio que
eu conheço e que cobra muito mais caro do que aquele site pra anunciar, isso é uma questão cultural. [Sobre a criação de um blog de noticias]
Independente de internet, ética você tem ou não.
[Sobre a falta de ética no jornalismo]
[...] o que eu vejo são novas disciplinas ligadas à internet, a única coisa que eu acho é que tem que ensinar a ética do jornalismo que vale pra qualquer um dos veículos, a ética é uma só. [Sobre a formação acadêmica]
E que essa geração venha sempre com ética, mantendo a credibilidade que a nossa profissão exige, por que um dia que o jornalismo perder a credibilidade, um abraço. [Mensagem aos alunos de jornalismo]
Revista GRUPPEM - Qual a importância do tema da palestra pra você?
Cláudio Nicolini - Eu acho importantíssimo. A internet é um instrumento novo que está cada vez mais popular. Ela está muito ligada ao rádio. E hoje a maioria das emissoras tem disponibilizado seu áudio que expande fronteirais. E isso é muito legal.
Revista GRUPPEM - No que você espera ter contribuído para os alunos, apesar do pouco número de alunos aqui presentes?
Cláudio Nicolini - Um número pequeno, mas atento, isso que eu acho mais importante. Eu acho que é importante afomentar a idéia do trabalho de parceria com a internet. E saber que a internet não veio para acabar com o radio, isso tem que ficar muito claro.
Revista GRUPPEM - Após o advento da internet, você acha que os ouvintes de rádio diminuíram, ou todos passaram para a internet, ou se frustraram com a internet e voltaram para o radio?
Cláudio Nicolini - Eu acho que ouvinte de rádio é ouvinte de rádio é ouvinte de rádio, seja no banheiro, no quarto, pra escutar o futebol de domingo a tarde, é possível ouvir radio pela internet, e acabou ganhando ouvintes que só ficam na internet. É natural perder alguns ouvintes, mas o bolo, o meio do rádio não, esse só tem crescido.
Revista GRUPPEM - Você falou que o Vnews é o único blog de notícias aqui, você acha que seria possível os veículos do Vale se unissem para criar um blog de noticias?
Cláudio Nicolini - Eu cheguei a comentar que se eu tivesse dinheiro eu criaria um blog de notícias, é preciso de patrocínio pra sustentar. O Vale tem tudo pra isso é preciso ter investidos, por que o difícil é você manter. Pois se você quer fazer uma coisa séria, com jornalistas e profissionais trabalhando, isso custa. O problema é cultural das empresas investirem, correr atrás de patrocínio pra sustentar tudo isso. É preciso investir alguns mil reais em mídia de internet, por que hoje tem site que tem dez mil acessos no dia que tem uma audiência maior do que um monte de rádio que eu conheço e que cobra muito mais caro do que aquele site pra anunciar, isso é uma questão cultural.
Revista GRUPPEM - A falta de ética no jornalismo aumentou com a internet?
Cláudio Nicolini - Eu acho que não, ética você tem ou não tem, e isso também ocorre na internet, isso não fez tanta diferença.
Revista GRUPPEM - Você acha que a formação acadêmica prepara o estudante para usar a internet como fonte?
Cláudio Nicolini - Eu não sou do tempo da internet na faculdade, numa visão dos alunos, o que eu vejo são novas disciplinas ligadas à internet, a única coisa que eu acho é que tem que ensinar a ética do jornalismo que vale pra qualquer um dos veículos, a ética é uma só. Tem que ensinar para o aluno que a sua fonte não é só o Google, essa é uma ferramenta importantíssima e fantástica, mas é preciso o jornalista ir pra rua e buscar as suas fontes, buscar o contato com as pessoas, se não você vai morrer na praia.
Revista GRUPPEM - Então o jornalista se acomodou com o avento da internet?
Cláudio Nicolini - Alguns sim, mas não todos, tem muita gente aí batendo perna, por isso que está tendo sucesso. Depois você pergunta – Por que ele conseguiu? Por que ele é de olho azul? Não, por que ele já tinha ido lá conhecer e conversar com a fonte. E na hora de dar a entrevista, ligou pra quem? Para o cara que foi conversar com ele antes e não com o que persquisou tudo na internet.
Revista GRUPPEM - Pra finalizar, o que você deseja e espera dos alunos que estão se formando?
Cláudio Nicolini - Eu espero que ele a geração deles seja tão boa quanto a minha, o jornalismo é evolutivo e quando a gente brincou sobre os dinossauros é um modo carinhoso de falar com as pessoas mais antigas. O modo de fazer rádio de fazer jornalismo, mudou, está mudando. E que essa geração venha sempre com ética, mantendo a credibilidade que a nossa profissão exige, por que um dia que o jornalismo perder a credibilidade, um abraço.