segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Entrevista

Entrevista com Sidney Barbosa, jornalista da Rádio Cacique-Jovem Pan /Taubaté

O rádio sem dúvida continua sendo o veiculo mais ouvido, mais utilizado em qualquer lugar no mundo seja no deserto, no meio da guerra, sempre vai ter um rádio lá. [Sobre o radio na internet]

Tem muita gente com a barriga encostada atrás da mesa agora, puxando o que interessa pra ele da internet, isso faz com que a profissão de jornalista deixe de ser o que é esperado [Sobre o comodismo de muitos jornalistas com o advento da internet]

Volto a insistir, tenha paciência, calma, tranqüilidade, você vai ouvir assim. “Olha você está se formando em jornalismo, não tem emprego”. Mentira, se você fizer um bom curso, brigar pelos seus direitos, defender suas teses, sair por aí, criar pautas, eu garanto que você vai conseguir um bom emprego. [Aos alunos de jornalismo]


Revista GRUPPEM - O que você achou do tema da palestra?

Sidney Barbosa - A cada dia da profissão a gente tem que se atualizar, apesar de estar a 32 anos de vida no rádio, eu considero a internet uma das principais ferramentas, só que ela tem que ser bem utilizada, principalmente por vocês estudantes, não fique pensado que internet vai resolver tudo vai resolver em partes, o caminho é esse

Revista GRUPPEM - Você tinha dito no inicio da palestra que estava decepcionado com o numero de alunos, mas no que você espera ter contribuído para os alunos?

Sidney Barbosa - Eu até peço desculpas, a gente fala coisa que não deve, eu não tenho nada a ver com isso, cada um é responsável pelos seus atos. Mas eu entrei aqui na faculdade com 45 anos, não sei por que, mas a turma em que eu caí era mais interessada, a gente tinha interesse em participar. Não é o só o caso da palestra da Comunicação em relação o rádio na internet, pode ter sido pelo dia, um sábado, a moçada chega cansada da balada, enfim, deve haver mais participação nas atividades extracurriculares, que é o caso de palestras e debates.

Revista GRUPPEM - Com o advento da internet, você acha que o ouvinte da radio migrou para a internet e o rádio deixou de ter o poder que ele tinha?

Sidney Barbosa - Não, de jeito nenhum. O rádio sem duvida continua sendo o veiculo mais ouvido, mais utilizado em qualquer lugar no mundo seja no deserto, no meio da guerra, sempre vai ter um rádio lá. E a internet possibilitou mais ainda o seu acesso em relação ao rádio normal, mas acho que todas as rádios daqui um tempo vão estar interligadas, ainda mais com o rádio no celular isso vai ser mais explorado.

Revista GRUPPEM - O jornalista de acomodou com a elaboração de pauta com o advento da internet?

Sidney Barbosa - Ah claro, claro! Tem muita gente com a barriga encostada atrás da mesa agora, puxando o que interessa pra ele da internet, isso faz com que a profissão de jornalista deixe de ser o que é esperado. Só se faz um bom jornalismo, uma boa reportagem, no local dos fatos, e o rádio pelo eu imediatismo, ele fala através do celular, do orelhão, do Nextel e do próprio rádio.

Revista GRUPPEM - Você acha que a formação acadêmica prepara o estudante para usar a internet como fonte?

Sidney Barbosa - Eu acho que sim, em alguns momentos somos obrigados a contradizer, o jovem usa hoje a internet como se tomasse uma Coca – Cola, um refrigerante, você tem que utilizar essa ferramenta de forma boa, claro que se você receber uma informação da internet, que pode ser uma pauta boa e adaptá-la para a linguagem do radio, a linguagem do impresso, a linguagem da televisão, sem problema ela pode ser usada

Revista GRUPPEM - A falta de ética no jornalismo aumentou com o advento na internet?

Sidney Barbosa - Ah, jornalista – radialista, sempre foi uma categoria muito desunida é ‘lobo comendo lobo’, falta muita ética, um desrespeito, com o advento da internet isso aumentou, eu não gosto de falar muito de ética, pois, hoje aqui no Brasil pra ser uma pessoa ética é muito... Principalmente no nosso ramo de Comunicação.

Revista GRUPPEM - O jornalista Claudio Nicolini falou que se tivesse dinheiro, faria um blog de noticias. Atualmente o Vnews é o único blog de noticias aqui, você acha que seria possível os veículos do Vale se unissem para criar um blog de noticias?

Sidney Barbosa - Ah, eu acho impossível, concorrência, problemas empresariais o patrão não fala com o patrão de outra emissora. Mas se o Nicolini quiser montar esse blog ele consegue, foi colocado no inicio da palestra que é um investimento alto, mas é um investimento que vai dar retorno.

Revista GRUPPEM - O que você espera e deseja para os alunos do curso de jornalismo?

Sidney Barbosa - Olha, a cada vez que eu venho ao Departamento, eu aprendo mais, eu cheguei aqui com 45 anos, foi muito difícil, meus filhos, minha esposa era contra, eu não aceitava ter que vir para buscar a formação, não tive incentivo, não tive apoio. A gente brincou na palestra sobre os dinossauros, e eu ouvia muito isso. “Ah, você vai ser o mesmo dinossauro, vai lá e não vai aprender nada.” E eu quero dizer a todos os nossos colegas futuros jornalistas tem que estudar com muita perseverança, com muita força de vontade. Tem hora que dá vontade de jogar tudo pra cima, de ir embora, mas quando você cai na real, você vê que vale a pena, hoje nenhuma emissora de rádio está admitindo um locutor que não seja jornalista, é o caso da emissora onde eu trabalho. Lá não aceita profissionais que não sejam jornalistas. Então o caminho é esse, e parabéns pela iniciativa do trabalho de vocês. Volto a insistir, tenham paciência, calma, tranqüilidade, você vai ouvir assim. “Olha você está se formando em jornalismo, não tem emprego”. Mentira, se você fizer um bom curso, brigar pelos seus direitos, defender suas teses, sair por aí, criar pautas, eu garanto que você vai conseguir um bom emprego.

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